Solidariedade
Ajuda coletiva transforma sonho em realidade
Família voltará a ter um lar após perder o chalé onde vivia, consumido por incêndio
Paulo Rossi -
O catador Pedro Gonçalves Pereira, 68, para em frente à janela - da casa em construção - e, naturalmente, desenha-se um sorriso no rosto. O semblante é de gratidão. Nos próximos dias, a família voltará a ter moradia, com endereço próprio. E a obra, rápida, é motivo para comemoração coletiva. Um esforço conjunto para eliminar os estragos daquela manhã de 27 de setembro, quando o fogo consumiu o chalé de quatro peças; uma reservada à residência e o restante do espaço destinado ao depósito de recicláveis.
“Quero aproveitar para agradecer todo o pessoal que, mesmo sem me conhecer, resolveu me ajudar”, enfatizou. “Fiquei completamente desacorçoado naquele dia.” As chamas engoliram, com pressa, o resultado de três décadas de trabalho. E, em minutos, o canguçuense se viu sem material ao ganha-pão. Sem teto. Mas ligeiro, também, Pereira viu criar-se uma corrente de apoio, dividida em três frentes: doações de empresários e de moradores do Condomínio Lagos de São Gonçalo - em um contraste entre o alto padrão residencial e os casebres da vizinhança, próxima à Estrada do Engenho, em Pelotas -, mão de obra de familiares e amigos e o conhecimento técnico do arquiteto e urbanista Cassius Baungarten.
Rápido e barato
A casa, de 25 metros quadrados, é mais um projeto-piloto desenvolvido pelo arquiteto, egresso da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Madeira de eucalipto, chapas de compensado plastificado e chapas de caixas Tetra Pak são a base ao sistema construtivo. Rápido e barato. “Como esta é uma situação para habitação emergencial, estamos fazendo a fabricação dos módulos aqui mesmo”, explica Baungarten.
Em outros casos, a intenção é de que peças únicas - com piso, paredes e telhado - sejam fabricadas e encaminhadas prontas ao local onde serão montadas e darão forma às moradias. A estimativa é de que o custo total - incluídas as instalações elétrica e hidráulica - fique em cerca de R$ 5 mil. E, o melhor, a casa ficará em pé, pronta para receber os moradores, com aproximadamente 50 horas de trabalho; contabilizado, inclusive, o tempo utilizado na confecção dos módulos.
Ajude também
O chalé está prestes a abrigar o catador Pedro Gonçalves Pereira, a mulher Elisângela e os três filhos mais novos: Henrique, 12, David, de oito anos, e Moizés, de cinco. A residência do primogênito Josué, 18, com dois cômodos pequenos, tem sido a referência desde aquela terça-feira de susto, fogo e correria. Por isso, mesmo que o novo lar ainda não possua quartos, o quinteto pretende se mudar e acomodar-se no espaço conjugado de sala-cozinha.
Os outros dois ambientes serão uma segunda etapa e você pode colaborar. A mão de obra ficará a cargo de Pedro e de Josué e contará com a orientação do arquiteto que tem se destacado por iniciativas de habitação popular e olhar sustentável. As caixas Tetra Pak, por exemplo, que, não raro, se transformam em renda para sustentar a família, são a mesma matéria-prima do acabamento da casa e se encarregarão do isolamento térmico - explica o arquiteto Cassius Baungarten. Um projeto e um mutirão que despertam alegria. Alimentam sonhos.
Veja o que doar*
►Madeira de eucalipto: varas de 5 cm x 7cm x 5,40 metros
►Chapas de compensado plastificado de 1,10 metro x 2,20 metros
►Telhas de fibrocimento de quatro milímetros
►Guarda-roupa e botijão de gás também são bem-vindos
(*) Mais informações podem ser obtidas com o morador Pedro Pereira - 98418-9911
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